Vamos tomar um chá?

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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Meu amor é o forró

Ah! Gente, eu amo forró! Sim, sempre soube disso. gosto de um forró pé-de-serra bem gingado, bem dançado. Forró é uma aventura, enche a alma de adrenalina, por nunca se saber para onde o parceiro vai te puxar, quantos giros e pra onde vai te fazer girar. É um exercício de entrega, de se jogar de olhos fechados no abismo e se deixar confiar.
Hoje estou amando o forró mais do que nunca. Sabe aquele amor do marido ou da esposa que trai e se arrepende? Porque ficar com o outro foi horrível, vazio e sem ao menos química. Aquela traição fútil, por impulso ou conveniência. Foi o que fiz ontem. Inventei de ir para um samba.
Alguns amigos sempre me chamam pro samba e eu nunca tinha sentido vontade de ir. Aí ontem aconteceu de eu estar sem meu filho em pleno sábado à noite, com vontade de sair e a única programação que pintou foi a tal. Resolvi me abrir para a experiência.
Me arrumei, produção completa dos pés à cabeça, pensando nos caras gatos que poderia ter por lá. Lá chegando, uma multidão, estilo mesmo blocos de carnaval (que por acaso não me apetecem), o pessoal muito animado e a banda em torno de uma mesa.
Me juntei à muvuca para espantar o frio e tentei me conectar com aquele frisson. As pessoas cantavam extasiadas letras de músicas que remetem a um tempo de sofrimento do nosso povo. Músicas belas, mas que quanto mais eu escutava mais entrava numa melancolia. Um ritmo alegre e mensagens repletas de pesar. Não tinha muito espaço para dançar e os gatos nunca conseguiriam apreciar a minha produção e beleza naquele muvucão onde mal se via um palmo adiante.
Eu fiz tudo que pude, dei tudo de mim para tentar entrar na onda... mas não fluiu nada. Chegou um momento em que eu era uma estagiária fazendo pesquisa de campo em pleno samba. Analisava tudo, tentava compreender os mínimos gestos das pessoas ao meu redor e nada fazia sentido. Os gatinhos que vi ao dar umas voltas, bem bêbados, cantavam sorrindo, orgulhosos do pesar da mensagem das músicas, ou talvez sem pensar na mensagem, porque na real bêbado não pensa em muita coisa.
Nos intervalos da banda bêbada, que mais parecia formandos empolgados brincando de karaokê, entrava um Dj muito louco, que colocou Rumba, Coco, Reggae, Rock e até Saltimbancos. Me deleitei com este Dj. Estes intervalos com esse som eram meu oásis ali, eu gritava, dançava!... As pessoas desocupavam um pouco a pista, então eu tinha espaço para ver... e ser vista! Pena que durava pouco! Logo convenci as amigas a irem embora...
Hoje uma amiga me contou que antes não gostava de samba. Que persistiu um pouco até ir entrando na onda da coisa. Eu disse a ela que sempre escutei a mesma coisa no que diz respeito a cerveja. Não conheço uma pessoa que me diga que provou a cerveja e amou logo de primeira, mas foi insistindo até acostumar. É por isso que samba e cerveja combinam. E é por isso que eu não combino com nada disso. Porque para algo assim me conquistar tem que ser de primeira, pois gravo a primeira impressão para sempre e não tenho muito perfil de masoquista. Já era pro samba, perdeu a chance de me ganhar...
Ainda bem que o forró me ama. Me envolve nos seus braços, me perdoa e não quer nem saber do que passou, só quer me ver sorrindo e girando no espaço.

2 comentários:

  1. uii!! garota brava e de atitude! rs
    também prefiro forró 10.000 vezes, mas um sambinha decente é bom também! =)

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  2. Hahaha... Bora ver! Quem sabe um dia dou uma segunda chance pra esse samba me pegar!

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